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Por que existe a Lei Maria da Penha?
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Por que existe a Lei Maria da Penha?
Uma história de agressões e mortes
ÉPOCA ouviu estudiosos, vítimas – e um assassino confesso – para entender um problema mundial: a violência contra a mulher cometida pelo próprio parceiro.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]'‘Marcelo é uma pessoa agressiva e totalmente desequilibrada. Faz uso
de drogas e é alcoólatra'’
MARINA SANCHEZ GARNERO,
assassinada aos 23 anos pelo ex-namorado. Ela tinha procurado a polícia quatro vezes. A frase acima consta do último boletim de ocorrência, registrado em novembro do ano passado.
Quatro tiros à queima-roupa. Na noite de 7 de janeiro, o motoboy Marcelo Travitzki Barbosa, de 29 anos, invadiu a academia de ginástica em que Marina Sanchez Garnero, sua ex-namorada, trabalhava como recepcionista. Para descarregar seu ódio, Marcelo disparou seis vezes. Errou duas. Marina, uma jovem de sorriso fácil e longos cabelos negros, morreu aos 23 anos, baleada pelas costas.
A história da vida e da morte de Marina resume a tragédia de mulheres, pobres ou ricas, do mundo inteiro. Segundo a Organização Mundial da Saúde, pelo menos 100 mil mulheres de 15 anos ou mais são assassinadas a cada ano. Metade é vítima do companheiro ou do ex, segundo Ana Falú, diretora-regional do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher.
Marina e Marcelo se conheceram num bar da Vila Madalena, um bairro boêmio de São Paulo, em abril de 2004. Na adolescência, Marcelo perdera o pai e a mãe, vítimas da aids. Órfão, viveu na casa de uma prima. Depois, na de um tio, até ser acolhido pela avó. Usuário de drogas como crack e álcool, foi preso por tentativa de assalto ao atingir a maioridade. Passou mais de um ano na cadeia. Marina era uma adolescente de 18 anos que, na noite do primeiro encontro, divertia-se no aniversário de uma amiga. Na infância, vira o pai definhar por causa de um câncer. Andava deprimida com o assassinato recente do ex-namorado. Essas aflições contribuíram para que o casal se identificasse. Começaram a namorar, mas o relacionamento adoeceu rápido. As discussões, geralmente por ciúme, se tornaram frequentes. No Natal de 2004, Marcelo fez um escândalo no portão da casa de Marina. “Foi a primeira grande briga”, afirma Ana Maria Sanchez, de 52 anos, mãe de Marina. “Conversei com minha filha e disse que não queria mais o namoro. Mas aquilo parecia um carma. Marina buscava justificativas: ‘Mãe, eu gosto dele’... ‘Ele ficou nervoso’... ‘Ele vai mudar’. Ele ameaçava a Marina e toda a minha família. Ameaçou colocar fogo na casa da minha mãe. Sempre tive medo de que machucasse a minha filha. Mas matar é uma coisa tão séria. Na minha cabeça, seria muito difícil alguém tirar a vida justamente da pessoa que dizia amar.”
A violência doméstica – física, psicológica, sexual e patrimonial – é mais s comum do que se imagina (leia o quadro na próxima página). Pesquisas sugerem que cerca de 25% da população feminina mundial foi, é ou será vítima ao menos uma vez na vida. Só chegam ao conhecimento público os casos que envolvem celebridades. Recentemente, o ator Dado Dolabella agrediu a ex-namorada, a atriz Luana Piovani; o rapper americano Chris Brown bateu na namorada, a cantora Rihanna. O escândalo correu mundo. Mas a imensa maioria das ocorrências desse tipo permanece oculta. Estima-se que apenas metade das vítimas procure ajuda. As razões são diversas: medo, vergonha, dependência financeira ou emocional, descrença na Justiça.
Marina não se omitiu. Denunciou o ex-namorado quatro vezes à polícia. A primeira foi quatro anos atrás. “Ele parecia bêbado. Tentou nos agredir porque minha filha tinha terminado o namoro”, afirma Ana Maria. Em entrevista a ÉPOCA, na prisão, Marcelo dá sua versão: “Naquele dia eu cortei um PM que veio pra cima de mim. A mãe da Marina começou a achar que eu era um monstro porque tinha machucado um policial” (leia a entrevista na íntegra).
Em outubro de 2005, Marcelo foi preso por roubo. Ele e um amigo assaltaram os ocupantes de um Toyota Corolla, em Perdizes, e levaram o veículo. Os dois ordenaram que as vítimas saíssem do carro e roubaram pertences como celulares e cartões de crédito. A dupla abandonou o Corolla, mas foi presa em flagrante pela polícia. Marcelo foi condenado a pena de sete anos e meio. Marina ia vê-lo na cadeia. “Pensei que estava tudo acabado. Mas a Marina começou a me visitar.” Nas saídas temporárias (a que alguns detentos têm direito em datas festivas), Marcelo ia atrás dela. Na cabeça dele, parecia natural que brigas homéricas e xingamentos estivessem embutidos numa relação de casal. Ele cresceu vendo o pai espancar a mãe. “Eu gritava. Ela gritava. Eu xingava. Ela xingava. Era praxe a Marina fazer B.O. Desde o início do namoro, os vizinhos chamaram a polícia mais de 20 vezes”, diz. Quando a relação terminava, ele não enxergava o ponto final. Interpretava as brigas como desavenças passageiras. Ao sentir que Marina estava “mais calma”, tornava a assediá-la. “As escolhas amorosas não são racionais. Há casos em que a mulher desenvolve uma espécie de pas de deux com o homem. Ele a espanca. Ela se sacrifica. E o casal dialoga desse jeito absurdo”, diz a psicanalista Diana Corso, estudiosa da violência. “Admitir que o homem que você ama ou acredita amar é aquele que te faz mal é muito difícil. Dar um basta e assumir que você não vai conseguir transformar a relação em que apostou é uma grande derrota pessoal e emocional”, afirma Valéria Pandjiarjian, do Comitê Latino- -Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher.
Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
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