Arruda deixa a prisão

por **Daniela** Seg 12 Abr 2010, 18:31

Corte Especial do STJ acredita que o ex-governador do Distrito Federal não pode mais intervir nas investigações
REDAÇÃO ÉPOCA
A Corte Especial do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu na tarde de segunda-feira (12) soltar o ex-governador do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda. Por 8 votos a 5, a Corte determinou sua libertação por acreditar que ele já não tem mais poder de interferir nas investigações. Arruda deixou a prisão às 17h20, acompanhado da esposa, Flávia.

O relator do inquérito que investiga as acusações contra Arruda, ministro Fernando Gonçalves, afirmou que as próximas etapas do processo são “técnicas”, o que diminui a chance do ex-governador de intervir nas investigações.

A Corte votou contra o parecer do Ministério Público Federal (MPF), que pedia a manutenção da prisão preventiva de Arruda. Em um parecer enviado ao STJ na manhã de hoje, a subprocuradora-geral da República Raquel Dodger diz que o ex-governador pode atrapalhar as investigações assim que for solto. O ministro Felix Fischer também votou a favor da continuidade da prisão: "Ele não deixou de ter e não vai deixar de ter influência".

Arruda foi preso no dia 11 de fevereiro, acusado de comandar um esquema de distribuição de propina no governo do DF que ficou conhecido como “Mensalão do DEM, desmantelado pela Operação Caixa de Pandora. Sua prisão foi decretada quando ele tentou subornar o jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como “Sombra”.

Seu mandato de governador foi cassado no dia 16 de março, acusado de infidelidade partidária. Ele não recorreu da cassação.

O ex-governador ficou em uma sala da Superintendência da Polícia Federal de 16,8 metros quadrados, com beliche, sofá, mesa com cadeira, armário, frigobar e ar-condicionado. Durante os dois meses em que esteve preso, ele não teve acesso a jornais ou programas de TV. O advogado de Arruda, Nélio Machado, comparou a cela com uma “masmorra” e disse ela não devia em nada à prisão de Guantánamo, localizada em Cuba, onde ficam presos políticos.

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