Câmara de Resende discute disfunção erétil e causa polêmica

Por indicação do vereador e radialista Carlos Santa Rita (PSDB), a Câmara de Resende vai solicitar à Secretaria Municipal de Saúde um estudo de viabilidade para inserir medicamentos de tratamento de disfunção erétil no dispensário da rede municipal. A indicação do vereador, feita durante a sessão de ontem (22), objetiva a distribuição dos remédios a idosos acima de 60 anos, com renda de até três salários mínimos, após avaliação médica.

Na justificativa da indicação Santa Rita alega que o contingente populacional com 60 anos ou mais cresceu 47,8% na última década, um crescimento superior aos 21,6% da população brasileira total no mesmo período; e que o Executivo tem desenvolvido importantes ações, como o projeto Resende Saudável e Terceira Idade Ativa, especificamente para esse público, mas para que haja uma qualidade de vida plena, a atividade sexual deve ser mantida.

- Não é correto supor que o idoso perde a sua função sexual, embora a sexualidade na terceira idade seja frequentemente vista e baseada em velhos estereótipos privados de significados, como também é associada à disfunção ou insatisfação. Os estereótipos de que as pessoas idosas não são atraentes fisicamente, não tem interesses por sexo ou são incapazes de sentir algum estímulo sexual, ainda são difundidos - afirmou o vereador.

Santa Rita informou também que as pesquisas contínuas no campo médico conseguiram grandes progressos na área da sexualidade dos idosos e que novos tratamentos para a disfunção erétil foram introduzidos, melhorando a vida sexual dos pacientes.

- O preconceito e a falta de informação atrapalham o desenvolvimento da sexualidade na terceira idade, e devem ser combatidos. O Poder Público não pode eximir-se de sua parcela de responsabilidade quanto à garantia da qualidade de vida das pessoas com 60 anos ou mais - disse o parlamentar.

Após a leitura da indicação houve intenso e caloroso debate. Em meio a muitos comentários e considerações, os vereadores Tivo (PTdoB) e Gláucio Julianelli (PSB) ponderaram que a indicação é válida, mas que no dispensário municipal esse tipo de medicação deverá ficar em segundo plano, sendo priorizado o fornecimento de medicamentos emergenciais como os usados em pacientes diabéticos ou hipertensos.

Já Pedro Paulo Florenzano (PP) frisou a importância do Poder Público oferecer esse tipo de tratamento, mas de forma criteriosa.

- Já tem estudo científico voltado para essa questão que mostra que há necessidade de políticas públicas voltadas para esse problema porque a vida sexual traz qualidade de vida para o ser humano. A vida sexual é um direito, é uma busca do contentamento, da felicidade pessoal. É uma questão de saúde, e saúde é um direito de todos - ressaltou Florenzano.

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