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Filme - O último verão da inocência
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Filme - O último verão da inocência
Tratando da sexualidade feminina na pré-adolescência, Julia Solomonoff realiza com "O Último Verão de La Boyita" uma obra sensível e comovente sobre gênero e identidade[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Somos todos iguais, porém completamente diferentes. É em cima dessa complexidade que Julia Solomonoff desenvolve seu segundo filme, "O Último Verão de La Boyita", uma obra que compõe um sensível painel sobre o gênero humano - as diferenças estabelecidas não apenas entre homens e mulheres, mas especialmente entre cada uma das pessoas.
As transformações físicas características da pré-adolescência entre meninos e meninas, quando a sexualidade começa a fazer sua primeiras atribulações, é período estacionário do filme. Mas o enredo de Julia Solomonoff vai muito além, ao inserir os adultos na composição desse painel sobre a diversidade humana.
A personagem motivadora das descobertas das similaridade do corpo feminino e das diferenças humanas se chama Jorgelina (Guadalupe Alonso) e tem apenas 13 anos. Ela estranha porque sua irmã mais velha, Luciana (Maria Clara Merendino), a evita, passa a fechar a porta do banheiro e a preferir a companhia da amiga com a sua mesma idade. As brigas, então, passam a ser constantes.
A família, por seu turno, também não vai bem. Há uma tensão entre os seus pais. Enquanto a mãe vai com Luciana para a praia, o pai leva Jorgelina para uma temporada na fazenda da família no interior. Lá, ela anseia reencontrar Mário (Nicolas Treise), o filho dos agricultores do lugar que lhe fez companhia no último verão.
Mas Mário, para sua decepção, está diferente: trabalha arduamente na fazenda e agora tem 14 anos. Um dia, ao retornarem de um passeio no rio, no qual ele se recusa a entrar, ela nota uma mancha de sangue na sela do cavalo e, também, na calça dele. Perguntado, ele diz não saber se tem algum sangramento. É o início da jornada de Jorgelina na busca pelo entendimento sobre o corpo e as suas diferenças entre meninos e meninas.
O filme de Julia pode ser dividido em duas partes. Na primeira, salientam-se as questões relacionadas à pré-adolescência; na segunda, a intimidade, o entendimento e o amadurecimento. A intimidade de Mário e a percepção das coisas e o início do processo de amadurecimento por parte de Jorgelina (cujo nome, evidencie-se, trafega entre o masculino e o feminino).
Em paralelo, o filme abre espaço para uma observação sutil do mundo dos adultos, a partir do momento em que o pai da garota (Gabo Correa) entra em cena. A diversidade, a mais importante característica humana, ganha, na película de Júlia, a oportunidade de ser analisada em confronto com a inocência e caráter de identidade.
Dois pequenos momentos identificam as transformações em Mário. A rapidíssima cena em que o pai, no meio da noite, dá-lhe uma surra com algo que se assemelha às rédeas de um cavalo sinaliza o momento da perda de sua inocência, a qual, mais tarde, vai ser complementada com a busca da liberdade e a retomada de sua identidade ao sumir, na estrada, a galope no cavalo do pai.
Mundos diferentes
Chamam a atenção, no filme de Julia, as distinções entre educação e ignorância no mundo dos adultos. Eduardo, o pai de Jorgelina, busca uma explicação e entendimento, com a mãe de Mário, sobre o menino ter sido criado como uma menina. Não há uma explicação plausível, mas a cena em que Mário é espancado pelo pai, após revelada a sua verdadeira sexualidade, traz perturbadoras indagações.
´´O Último Verão de La Boyita" (La Boyita, o ,"treiler" da família) distingue privacidade, intimidade, pré-adolescência e suas transformações, sexualidade e identidade, conhecimento e ignorância e, por fim, o mundo dos adultos. Uma exposição serena, poética e sensível desenvolvida ao longo de 90 minutos. Não esquecer do relevante cenário da natureza bucólica que dá vida a todos os personagens e acontecimentos, em um filme que se constitui num desvendamento da complexidade da natureza humana. Mas o admirável na obra é promover no espectador a percepção de residir nas diferenças o entendimento dessa complexidade. Solomonoff criou uma obra notável sobre a tragédia e a grandeza de nossas identidades e diferenças.
HOJE NO CINE CEARÁ
14H
Mostra Diásporas, no Espaço Unibanco 2 (Dragão do Mar): "Balseros"
16H
Mostra "Memórias do Muro", no Espaço Unibanco 2: "Pelos nossos filhos", "O destino de um soldado de fronteira". Mostra Ruy Guerra, no Espaço Unibanco 1: "Ópera do Malandro" (1986)
19h30
Mostras competitivas, no Centro Cultural Sesc Luiz Severiano Ribeiro. Curtas: "Avós", Michael Wahrmann; "Um lugar Comum", Jonas Brandão; "Os Amigos Bizarros do Ricardinho", Augusto Canani. Longa: "O último verão de la Boyita"
MAIS INFORMAÇÕES:
O Último Verão de La Boyita (El ultimo verano de La Boyita, Espanha-Argentina, 2009), de Julia Solomonoff, com Guadalupe Alonso, Nicolás Treise, Gabo Correa e Mirella Pascual.
Carlos- Diplomata
-
Primaveras : 44
Mensagens : 252
Re: Filme - O último verão da inocência
Só terá sessão do filme no nordeste, que coisa... se bem que lá precisam mais mesmo.
sexyboy- Destaque
-
Primaveras : 38
Mensagens : 152
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