Torcedores estão mais tolerantes à homossexualidade no futebol, segundo pesquisa

De acordo com uma pesquisa online realizada pela Universidade de Staffordshire (Inglaterra), uma nova geração de torcedores britânicos seria mais tolerante caso jogadores admitam que são homossexuais. Duas mil pessoas participaram da enquete.

Ellis Cashmore, professor de cultura, mídia e esportes, e Jamie Cleland, especialista em sociologia, conduziram a pesquisa. Apenas 7% das pessoas que participaram da enquete acreditam que não há espaço para os homossexuais no futebol.

“A grande surpresa foi o que eu chamaria de ‘resposta contra-intuitiva’, pois 93% das pessoas disseram que não há espaço para a homofobia no futebol, e que isto não deveria existir, pois causaria vergonha ao futebol”, afirmou Cashmore em entrevista à agência de notícias Reuters.

Na Inglaterra, apenas um jogador assumiu ser homossexual. Justin Fashanu cometeu suicídio em 1998, quando tinha 37 anos.

“Os torcedores acham que sim, há jogadores gays e que, quando assistem às partidas todas as semanas, estão acompanhando algum atleta homossexual. No entanto, na verdade isso não importa para nós”, explicou Cashmore.

Para o professor, hoje a questão da homofobia pode ser comparada ao racismo que existiu no futebol inglês nas décadas de 70 e 80. “Por muito tempo, os torcedores foram caracterizados como se fossem Neandertais, o tipo de macho primitivo que acredita que a homossexualidade ainda é um tabu. Na verdade, eles mudaram”, disse.

Cashmore acredita em uma maior tolerância. “Temos uma nova geração de fãs, e incluo técnicos e jogadores nisso. Eles não se importam tanto com a orientação sexual de alguém. Claro, os atletas convivem com um pesado legado. Seria bastante difícil um jogador assumir ser homossexual no auge de sua carreira”, completou.

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