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Padre acusado de abusos sexuais é apoiado por conservadores no Chile
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Padre acusado de abusos sexuais é apoiado por conservadores no Chile
O reverendo Fernando Karadima é um dos padres mais respeitados e influentes do Chile. Alguns chegam a chamá-lo de “santo vivo”. Por meio século, ele treinou dezenas de padres e ajudou a formar milhares de jovens católicos da elite de Santiago.
Agora, quatro homens, que já foram devotados seguidores, prestaram uma queixa alegando que Karadima, hoje com 80 anos, teria abusado sexualmente deles em segredo durante anos.
Um homem afirmou ter relatado o abuso aos superiores de Karadima, na Arquidiocese de Santiago, há sete anos – mas que eles não tomaram atitudes. Os quatro homens registraram queixas formais junto ao tribunal da Arquidiocese no ano passado e, sem receber resposta, falaram de forma pública pela primeira vez recentemente.
As alegações, porém, foram amplamente recebidas, não com ódio por Karadima, mas com ultraje em relação aos acusadores por muitos de seus paroquianos, um importante político conservador e autoridades da igreja. Eles dizem que um homem tão respeitado por tanto tempo não poderia ter abusado de seus seguidores. No entanto, quando a notícia surgiu, um cardeal local confirmou que a igreja estava investigando secretamente alegações de abuso sexual apontadas contra o padre.
O caso, em um dos países mais católicos, chega quando a Igreja Católica Romana de todo o mundo atravessa um crescente escrutínio sobre como lida com acusações de abuso sexual de menores por parte do clero. O caso também enfatiza a contínua vulnerabilidade da igreja, à medida que novos casos de abuso aparecem no mundo católico – alguns, assim como no Chile, contra figuras conhecidas e confiáveis.
Recentemente, a Igreja Católica do Chile pediu perdão oficialmente por padres envolvidos em cerca de 20 casos de abuso sexual contra menores.
Neste novo caso, bispos chilenos são confrontados com a possibilidade de pesar sua lealdade a um padre reverenciado e idoso, contra as expectativas – vindas também do Vaticano – de que eles lidem com casos de abuso com maior transparência. O secretário de Estado do Vaticano, e segundo na linha de comando, o Cardeal Tarcisio Bertone, passou alguns dias no Chile. Os acusadores afirmaram que autoridades da igreja lhes disseram que Bertone manteve discussões a respeito de como a igreja deveria responder às acusações contra Karadima.
Autoridades da igreja negam que, durante sua viagem, o cardeal tenha tido qualquer conversa formal com os advogados dos acusadores ou com bispos chilenos.
Como muitos atraídos à órbita de Karadima, o Dr. James Hamilton disse tê-lo admirado desde o momento em que foi escolhido, aos 17 anos, para fazer parte de seu movimento jovem de Ação Católica. O padre se tornou seu confessor, seu conselheiro espiritual, sua figura paterna.
“Ele era o representante de Deus sobre mim”, disse Hamilton, hoje com 44 anos e cirurgião gástrico.
Semanas após se juntar ao movimento, ele aguentou beijos na boca e apalpadas em seus genitais por parte do padre, alega. Certo dia, enquanto estava num retiro numa cidade litorânea a oeste de Santiago, disse Hamilton, Karadima levou seu jogo íntimo muito além.
“Eu fiquei paralisado”, contou Hamilton. “Fui destruído”.
O que se seguiu, segundo Hamilton, foram 20 anos de abuso sexual nas mãos de Karadima.
Uma acusação criminal, registrada numa corte local, alega que o padre molestou pelo menos quatro jovens – três enquanto ainda eram menores – ao longo de duas décadas.
Autoridades paroquianas e o advogado de Karadima negaram as acusações.
Quando a notícia foi divulgada, em 21 de abril, El Bosque, a paróquia onde Karadima está baseado, se reuniu ao redor do padre. Numa missa lotada, o Bispo Andres Arteaga expressou brevemente sua solidariedade a Karadima num sermão. Do lado de fora da modesta igreja com paredes avermelhadas, a maioria dos paroquianos expressarou um inabalável apoio.
“Isso é trabalho do demônio”, disse Maria Eugenia Trenova, de 65 anos, que afirmou comparecer à missa todas as noites. “Conheço o padre Fernando há 30 anos. Ele nunca fez nada de errado”.
Alejandro Garcia-Huidobro, congressista conservador e ex-membro da Ação Católica, descartou rapidamente as alegações, dizendo que o padre era “absolutamente inocente”, provocando aplausos fora da igreja.
Discípulo de Alberto Hurtado, um padre jesuíta e o primeiro santo do Chile, Karadima treinou cerca de 50 padres ativos e cinco bispos em sua longa carreira, segundo o reverendo Juan Esteban Morales, que comanda a paróquia de El Bosque.
Karadima reinventou a Ação Católica, fundada por Hurtado como um tipo de movimento jovem para ajudar os pobres, e a instalou em sua paróquia para as crianças da nata da sociedade de Santiago.
Hamilton era uma delas. Seu tataravô fundou a St. George, uma das mais prestigiadas escolas para meninos ingleses. Sua mãe frequentava a Villa María Academy, uma exclusiva escola católica para meninas.
O pai de Hamilton desapareceu de sua vida por uma década. Ele encontrou consolo e direção em El Bosque, durante a ditadura do General Augusto Pinochet.
“Aquele foi o lugar onde todas as dúvidas e angústias sobre a ditadura se dissiparam, onde eles falavam do poder de Pinochet como vindo de Deus”, afirmou ele.
Impecavelmente vestido, com as unhas perfeitamente cuidadas e cabelo penteado para trás, Karadima perfazia uma figura aristocrática, apelando tanto aos jovens quanto aos idosos da elite chilena.
Em 1983, Hamilton foi convidado a se juntar à Ação Católica, algo que ele considerou uma grande honra. Cerca de 300 jovens se reuniam uma vez por semana, antes de missa, para ouvir Karadima falar de “santificação”, que ele enxergava como “baseada em absoluta obediência e humildade de reconhecer nossas fraquezas e pecados”.
O padre se ofereceu para ser o confessor e guia espiritual de Hamilton. “Eu me sentia como se estivesse sendo escolhido por Deus”, disse Hamilton.
O padre disse que, para guiar alguém, ele tinha de conhecer completamente essa pessoa. No início, a maioria das confissões era focada na sexualidade de Hamilton.
Juan Carlos Cruz, um chileno que hoje trabalha como executivo corporativo nos Estados Unidos, contou que, quando era estudante seminarista de 17 anos que havia acabado de perder o pai, Karadima também usou a confissão como forma de abuso, tocando seus genitais e beijando-o na boca. Ele contou que, em confissão, havia dito a Karadima que estava confuso a respeito de sua sexualidade. Ele afirma que o padre se aproveitou desse conhecimento para intimidá-lo a permanecer em silêncio.
“Esse homem tinha poder completo sobre mim”, disse Cruz. “Eu só queria me suicidar, mas não era corajoso o bastante para isso e não queria que minha mãe sofresse”.
Hoje com 46 anos, Cruz conta que acabou se recuperando com a ajuda de psicólogos, sua família e amigos. Mas ele diz que, em Santiago, as transgressões sexuais de Karadima com seus jovens seguidores eram um segredo aberto, e que não era difícil as vítimas encontrarem umas às outras.
Hamilton caracterizou o trauma de seu abuso como tão grande que o assombrou até seus 38 anos, mesmo depois de casado, com uma mulher que se confessava regularmente com Karadima. O casal ia à missa todas as noites, e muitas vezes era convidado a jantares com o padre. Karadima algumas vezes convidava Hamilton a acompanhá-lo a seu quarto, para ajudar com algum problema médico. O contato sexual continuou, mesmo com sua esposa e filhos no andar de baixo, disse Hamilton.
Em 2004, Hamilton registrou uma alegação oficial de abuso sexual a uma autoridade da igreja de fora da paróquia. Ninguém nunca respondeu, disse ele.
Pouco tempo depois disso, ele iniciou uma psicoterapia intensiva. Então, no último mês de agosto, Hamilton, Cruz e outro ex-estudante seminarista marcaram um horário com o tribunal da arquidiocese de Santiago, reuniram coragem e registraram queixas formais a respeito de Karadima. Três dos quatro queixosos falaram com o “New York Times”.
Eles disseram que não estão pedindo dinheiro, mas sim que a verdade finalmente seja revelada sobre o poderoso padre.
“Apenas queremos que esse homem seja expurgado” do clero, concluiu Cruz.
Alexei Barrionuevo reportou de Santiago e Laurie Goodstein, de Nova York. Pascale Bonnefoy contribuiu com a reportagem de Santiago.
Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Digam-me o que acharam dessa história, há detalhes que me são confusos, não vou dizer quais para não influenciá-los...
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