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Laboratório promove encontro sobre Viagra feminino
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Laboratório promove encontro sobre Viagra feminino
Durante o 1º Fórum Brasileiro de Sexualidade Feminina, realizado na quinta-feira (17) pelo laboratório farmacêutico Boehringer Ingelheim, foi apresentado à imprensa o medicamento Flibanserina, também conhecido como "Viagra feminino", por prometer um aumento da libido nas mulheres. O remédio é produzido pelo próprio laboratório. Apesar da associação, ele não trata uma questão fisiológica da mulher.
Avaliado pelo FDA (órgão que fiscaliza alimentos e medicamentos nos EUA similar à Anvisa), o medicamento apresentou resultados insatisfatórios, divulgados nesta semana. Hoje, a agência vai pedir um painel de peritos para analisar a segurança e a eficácia da droga do Boehringer. O órgão não é obrigado a seguir o conselho do grupo.
A Flibanserina está relacionada à família de antidepressivos e afeta a serotonina e vários outros processos químicos do cérebro, mas ainda não está claro como o desejo sexual aumenta.
De acordo com o ginecologista Gerson Lopes, presidente da Comissão Nacional de Sexologia da Febrasgo e um dos palestrantes do fórum, o medicamento é indicado apenas para mulheres que sofrem de DSH (Desejo Sexual Hipoativo), que seria um desequilíbrio nos neurotransmissores dopamina, noradrenalina e serotonina.
Se o motivo da falta de desejo sexual for qualquer outro, a droga não é aconselhada.
Segundo um estudo realizado pelo Prosex (Programa de Estudos em Sexualidade) com 7.000 homens e mulheres de 20 cidades do Brasil em 2008, apresentado no evento pela psiquiatra Carmita Abdo, do Hospital das Clínicas, uma em cada dez mulheres sofre de falta de desejo sexual.
Em entrevista para a Folha, a educadora sexual e diretora do Instituto Kaplan, Maria Helena Vilela, explicou que a falta de desejo sexual na mulher é causada por um problema hormonal, e geralmente está vinculada à baixa autoestima, depressão, estresse e à memória de um relacionamento sexual que não foi positivo.
A educadora explica que as mulheres precisam aprender a se desprender do mundo na hora do sexo. "Elas não sentem as carícias, só pensam em outra coisa no momento da relação."
Vilela disse que não conhece os efeitos do remédio para poder analisar, mas ressaltou que o problema principal, no caso da disfunção feminina, não costuma ser fisiológico, e sim relacionado a questões emocionais e, muitas vezes, ao conceito do sexo. "Para muitas mulheres, o sexo é uma coisa ruim, imoral, que prejudica a imagem delas, então elas podem tomar o remédio que for, que não vão conseguir se soltar", avalia.
Durante o fórum, a psiquiatra Carmita Abdo ressaltou que os especialistas não devem abrir mão da psicoterapia. Ela explicou que o remédio é destinado apenas a mulheres que de fato precisam de um estímulo e que não apresentam qualquer histórico de problemas que causam o DSH.
"Esperamos um medicamento que motive e que mostre às mulheres que elas podem ter desejo. É claro que vamos tratar as causas psicológicas para saber o que causa, mas a flibanserina é destinada apenas ao nicho de que tem desequilíbrio nos neurotransmissores."
O desequilíbrio não pode ser medido clinicamente e a avaliação é realizada por um médico por meio de uma entrevista.
O diagnóstico é constatado, segundo o ginecologista Lopes, após uma conversa com um profissional. As mulheres que acreditam passar pelo problema há pelo menos seis meses devem responder a questões sobre desejo sexual, como se o nível de interesse foi satisfatório no passado, se ocorreu uma diminuição, se a mulher está incomodada e se gostaria que ele aumentasse.
Ainda devem destacar se existe algum fator que ela acredita que contribui para a diminuição do desejo, como depressão, ferimentos, drogas, álcool, gravidez, sintomas de menopausa, parto recente, problemas sexuais do parceiro, insatisfação com o relacionamento, estresse ou fadiga.
Ao final da palestra, os profissionais informaram que as mulheres podem voltar ao normal após algum tempo de tratamento.
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Doutor do sexo- Estagiário
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