Qual a quantidade ideal de sexo?

Desde o momento em que nascemos, nosso tamanho e saúde são medidos em números e acompanhados mês após mês, ano após ano. É quase uma competição: o quanto você cresceu, quantos ossos quebrou, quantos dentes arrancou ou já fez alguma cirurgia?

Mas e quanto à saúde sexual? Muitos adultos ficam em dúvida se são sexualmente saudáveis: ficam se perguntando, por exemplo, qual a quantidade ideal de sexo, qual a duração média do ato sexual, qual intensidade deve ter um orgasmo. A questão, nesse caso, não são somente os números.
Primeira dica para saber sobre sua saúde sexual: os números sobre quantas vezes as pessoas fazem sexo por mês ou por semana são variados. Alguns vão dizer que fazer sexo 12 vezes por mês é a média mundial, ou que os casais ingleses vão para a cama 2 vezes por semana (quando não números absurdos do tipo 1,4 vez na quinzena).
Mas se você tem dúvida se esses números são inventados, a resposta é não: há milhares de pesquisa sobre o tema procurando a frequência com que as pessoas transam (ou mantêm relações sexual, no linguajar mais técnico). Universidades fazem esse tipo de pesquisa. Fabricantes de camisinha fazem esse tipo de pesquisa. Até no bar é possível ver alguém realizando uma pesquisa como essa, reunindo os amigos e fazendo contas de memória.
Um número médio
Mas se você quer alguns números para começar a pensar no assunto, aqui vai uma boa pesquisa, liderada por três pesquisadores (Schneidewind-Skibbe, Hayes, Koochaki) e publicada no periódico Journal of Sexual Medicine (Vol. 5, Nº 2, 2008).
A pesquisa é uma meta-análise, ou seja, uma revisão de outros 86 estudos feitos com mulheres americanas e europeias com idades entre 26 e 35 anos, com vida sexual ativa. Os resultados indicaram que esse público fazia sexo entre 8 e 12 vezes por mês. Outro estudo americano (Laumann, 1994) feito com casais que moravam juntos, mas não casados, chegou a números similares (uma média de 10 vezes por mês). As respostas dos homens e mulheres casados foram mais evasivas: indicavam fazer sexo “algumas vezes por mês”.
Já uma pesquisa comparativa entre três estudos feitos nos EUA e que haviam sido realizados em 1938, 1970 e 2003 (Hyde e DeLamater, 2006), respectivamente, mostrou que entre os indivíduos casados – com idades entre 20 e 45 anos – não houve muita diferença na média de intercurso sexual nas últimas décadas: os casais, entre a década de 30 e o início deste século, indicaram fazer sexo aproximadamente 7 vezes por mês. Os pesquisadores da área, entretanto, apontam para a falta de metodologia específica para definir “o que é sexo?” e que isso poderia comprometer os dados coletados.
Quantidade é qualidade?
Mas o que todos esses estudos não fazem – e é aí que a maioria do que se lê sobre sexo falha – é relacionar quantidade e qualidade. O quanto de sexo é suficiente para ser bom? A verdade é que o bom sexo vai depender de várias coisas: seus sentimentos, o tipo de relacionamento, seu nível de compromisso com o parceiro, etc. A única forma de mensurar o quanto de sexo é suficiente é relacionar com o nível de satisfação que você e seu parceiro – ou parceira – atingirão após a relação sexual.
E onde tudo isso nos leva? Bom, se você perguntar a um pesquisador qual média de sexo um casal deve fazer para se considerado normal, a resposta vai ser bastante inócua: números baseados em pesquisas que dependem que as pessoas sejam as mais honestas possíveis. A mesma pergunta feita a um terapeuta especializado vai trazer uma amostragem menor, mais qualitativa, mas que é subjetiva, pois cada pessoa tem a sua história (até mesmo você). Isso é bom, pois sexo não é algo que se possa generalizar.
Caso sua curiosidade ainda persista, então é hora de se perguntar pra que você precisa da informação. Se você não está satisfeito com sua vida sexual é hora de se questionar o que está errado e não compará-la aos números. Lembre-se: alguns casais estão fazendo mais sexo que você e outros menos. Quer melhorar a sua vida sexual? Então fuja de estatísticas e procure focar na sua satisfação.

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